On a tous chanté ou fredonné Ah tu verras, tu verras, cette chanson de Claude Nougaro de 1978.
Je vous laisse profiter de la version de la cap-verdienne Mayra Andrade (que j'ai eu l'honneur de rencontrer), en duo avec le Français Benjamin Biolay dans l'émission Taratata.
Mais saviez-vous que cette chanson est une reprise de O que será , chanson originale du brésilien Chico Buarque composée pour le sublime film de 1976 Dona Flor et ses deux maris (film à regarder ICI) de Bruno Barretto. En réalité, ce sont trois chansons que Chico Buarque a composées pour le film: O que será: Abertura A flor da pele et A flor da Terra. Elles sont interprétées par Simone Bittencourt de Oliveria.
Par la suite, Chico Buarque popularisera la version 2 A Flor da pele, en duo avec Milton Nascimento.
Dans ces années-là, en France, Claude Nougaro, découvre le Brésil et rencontre le guitariste Baden Powell. De cette rencontre naît une première reprise en 1975, Bidonville, qui est une reprise de Berimbau de Vinicius de Moraes.
O que será: Abertura
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
O que será que lhe dá
O que será, meu nego, será que lhe dá
Que não lhe dá sossego, será que lhe dá
Será que o meu chamego quer me judiar
Será que isso são horas dele vadiar
Será que passa fora o resto do dia
Será que foi-se embora em má companhia
Será que essa criança quer me agoniar
Será que não se cansa de desafiar
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que será
Que dá dentro da gente que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem juízo
O que será:A flor da pele
O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita
O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
Que nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite
O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
Que todos os meus nervos estão a rogar
Que todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo
Traduction: A fleur de peau
Mais qu'est-ce qui me donne
Qui m'envahit de l'intérieur, qui me donne
Qui jaillit à fleur de peau, qui me donne
Qui me monte au visage et me fait rougir
Que me saute aux yeux au point de me trahir
Qui me serre la poitrine et me fait avouer
Ce qu'il n'y a plus moyen de dissimuler
Et qui n'est même point juste pour quiconque de nier
Et qui me fait mendiant, me fait supplier
Qui n'a pas de mesure, ni n'en aura jamais
Qui n'a pas de remède, ni n'en aura jamais
Qui n' a pas de recette
Mais qu'est-ce, qu'est-ce
Qui donne en nous et que ne devais pas
Qui nous désobéit, qui est rébellion
Qui est comme une eau-de-vie qui ne désaltère pas
Qui est comme être malade d'une folie
Que même dix commandements ne vont concilier
Que même tous les onguents ne vont soulager
Ni tous les sortilèges, ni l'alchimie
Ni tous les saints, mais qu'est-ce
Ce qui n'a pas de repos, ni jamais n'en aura
Ce qui n'a pas de fatigue, ni jamais n'en aura
Ce qui n'a pas de limite
Mais qu'est-ce qui me donne
Qui me brûle par dedans, qui me donne
Qui perturbe mon sommeil, qui me donne
Que tous les tremblements qui viennent agiter
Que toutes les ardeur qui viennent atiser
Que toutes les sueurs qui viennent m'innonder
Que tous mes organes (ré)clament
Et une affliction pleutre me fait implorer
Ce qui est sans vergogne, ni jamais n'en aura
Ce qui n'a pas de conduite, ni jamais n'en aura
Ce qui n'a pas de bon sens
A Flor da terra
O que será que será
Que andam suspirando
Pelas alcovas?
Que andam sussurrando
Em versos e trovas?
Que andam combinando
No breu das tocas?
Que anda nas cabeças,
Anda nas bocas?
Que andam acendendo
Velas nos becos?
Estão falando alto
Pelos botecos
E gritam nos mercados
Que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza
Nem nunca terá!
O que não tem conserto
Nem nunca terá!
O que não tem tamanho...
Que andam suspirando
Pelas alcovas?
Que andam sussurrando
Em versos e trovas?
Que andam combinando
No breu das tocas?
Que anda nas cabeças,
Anda nas bocas?
Que andam acendendo
Velas nos becos?
Estão falando alto
Pelos botecos
E gritam nos mercados
Que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza
Nem nunca terá!
O que não tem conserto
Nem nunca terá!
O que não tem tamanho...
O que será que Será?
Que vive nas idéias
Desses amantes
Que cantam os poetas
Mais delirantes
Que juram os profetas
Embriagados
Está na romaria
Dos mutilados
Está nas fantasias
Dos infelizes
Está no dia a dia
Das meretrizes
No plano dos bandidos
Dos desvalidos
Em todos os sentidos
Que vive nas idéias
Desses amantes
Que cantam os poetas
Mais delirantes
Que juram os profetas
Embriagados
Está na romaria
Dos mutilados
Está nas fantasias
Dos infelizes
Está no dia a dia
Das meretrizes
No plano dos bandidos
Dos desvalidos
Em todos os sentidos
Será? Que será?
O que não tem decência
Nem nunca terá!
O que não tem censura
Nem nunca terá!
O que não faz sentido...
O que será? Que será?
Que todos os avisos
Não vão evitar
Porque todos os risos
Vão desafiar
Porque todos os sinos
Irão repicar
Porque todos os hinos
Irão consagrar
E todos os meninos
Vão desembestar
E todos os destinos
Irão se encontrar
E mesmo padre eterno
Que nunca foi lá
Olhando aquele inferno
Vai abençoar!
O que não tem governo
Nem nunca terá!
O que não tem vergonha
Nem nunca terá!
O que não tem juízo
Que todos os avisos
Não vão evitar
Porque todos os risos
Vão desafiar
Porque todos os sinos
Irão repicar
Porque todos os hinos
Irão consagrar
E todos os meninos
Vão desembestar
E todos os destinos
Irão se encontrar
E mesmo padre eterno
Que nunca foi lá
Olhando aquele inferno
Vai abençoar!
O que não tem governo
Nem nunca terá!
O que não tem vergonha
Nem nunca terá!
O que não tem juízo
Traduction: A fleur de terre
Qu'est ce ça peut bien être
Ce que l'on soupire
dans les chambres
Ce que l'on murmure
dans les poèmes et les chansons
Ce qui se cache
sous les habits
Ce qui se passe dans les têtes
et sur les lèvres
Ce qui éclaire
les rues étroites
Ce que l'on raconte fort
dans les cafés
Ce que l'on crie sur les marchés
avec certitude
C'est la nature, quoi qu'il en soit
Elle qui n'a pas de certitude
et qui n'en n'aura jamais
Elle qui n'a pas de règles
et qui n'en n'aura jamais
Elle qui n'a pas de mesure
Qu'est ce ça peut bien être
Ce qui habite
les amants
Ce que chantent les poètes
les plus fous
Ce que jurent
les prophètes enivrés
Ce qui est dans les processions
de mutilés
Ce qui est dans les histoires
les plus tristes
Ce que rêvent au matin les prostituées
Ce que pensent les voleurs
et les pauvres
De toute façon, c'est ainsi
Ce qui n'a pas de décence
et n'en aura jamais
Ce qui n'a pas de censure
et n'en aura jamais
Ce qui n'a pas de sens
Qu'est ce ça peut bien être
Ce qu'aucun avertissement
n'empêchera
Parce que tous les rires
le mettront au défi
Parce que toutes les cloches
vont carillonner
Parce que tous les hymnes
le consacreront
Parce que tous les enfants
vont se déguiser
Et tous les destins
se retrouveront
Et même le père éternel
qu'on ne voit jamais par ici
En voyant un tel enfer
le bénira
Ce que l'on ne peut gouverner
et que l'on ne gouvernera jamais
Ce qui n'a pas de honte
et qui n'en aura jamais
Ce qui n'a pas de raison d'être.
Claude Nougaro - TU VERRAS
Ah, tu verras, tu verras,
Tout recommencera, tu verras, tu verras
L'amour, c'est fait pour ça, tu verras, tu verras
Je ferai plus le con, j'apprendrai ma leçon
Sur le bout de tes doigts, tu verras, tu verras
Tu l'auras ta maison avec des tuiles bleues
Des croisées d'hortensias, des palmiers pleins les cieux
Des hivers crépitants près du chat angora
Et je m'endormirai, tu verras, tu verras
Le devoir accompli, couché tout contre toi
Avec dans mes greniers, mes caves et mes toits
Tous les rêves du monde
Ah, tu verras, tu verras,
Tout recommencera, tu verras, tu verras
La vie, c'est fait pour ça, tu verras, tu verras
Tu verras mon stylo emplumé de soleil
Neiger sur le papier l'archange du réveil
Je me réveillerai, tu verras, tu verras
Tout rayé de soleil, ah! le joli forçat
Et j'irai réveiller le bonheur dans ses draps
Je crèverai son sommeil, tu verras, tu verras
Je crèverai le sommier, tu verras, tu verras
En t'inventant l'amour dans le coeur de mes bras
Jusqu'au matin du monde
Ah, tu verras, tu verras,
Tout recommencera, tu verras, tu verras
Le diable est fait pour ça, tu verras, tu verras
Je ferai le voyou, tu verras, tu verras
Je boirai comme un trou et qui vivra mourra
Tu me ramassera dans tes yeux de rosée
Et je t'insulterai dans du verre brisé
Je serai fou furieux, tu verras, tu verras
Contre toi, contre tous et surtout contre moi
La porte de mon coeur grondera, sautera
Car la poudre et la foudre c'est fait pour que les rats
Envahissent le monde
Ah, tu verras, tu verras,
Tout recommencera, tu verras, tu verras
Mozart est fait pour ça, tu verras, entendras
Tu verras notre enfant étoilé de sueur
S'endormir gentiment à l'ombre de ses soeurs
Et revenir vers nous sautillant de vigueur
Tu verras, mon amie, dans les eaux de mes bras
Craquer du fin bonheur de se sentir aidé
Tu me verras, chérie, allumé des clartés
Et tu verras tous ceux qu'on croyait décédés
Reprendre souffle et vie dans la chair de ma voix
Jusqu'à la fin du monde
Ah, tu verras, tu verras
Traduction de Luiz Dorea:
Tu verás
Ah, tu verás, tu verás
Tudo recomeçará, tu verás, tu verás
O amor é feito para isso, tu verás, tu verás
Deixarei de ser o tolo, aprenderei minha lição
Na ponta de teus dedos, tu verás, tu verás
Terás tua casa com telhados azuis
Cheia de hortências, e o céu cheio de palmeiras
E invernos crepitantes, ao lado do gato angorá
E eu adormecerei, tu verás, tu verás
O dever cumprido, deitado diante de ti
Com meus sótãos, meus porões e meus telhados
Todos os sonhos do mundo
Ah, tu verás, tu verás
Tudo recomeçará, tu verás, tu verás
A vida é feita para isso, tu verás, tu verás
Você verá minha caneta emplumada de sol
Nevar sobre o papel o arcanjo do despertar
E eu levantarei, tu verás, tu verás
Todo raio de sol, oh, o trabalho forçado!
E eu acordarei a felicidade nos seus lençóis
Eu furarei o seu sono, tu verás, tu verás
Eu furarei o estrado, tu verás, tu verás
Inventando o amor no coração de meus braços
Até a aurora do mundo
Ah, tu verás, tu verás
Tudo recomeçará, tu verás, tu verás
O diabo é feito para isso, tu verás, tu verás
Eu serei o arruaceiro, tu verás, tu verás
Beberei como um buraco que viverá e morrerá
E tu apanharás nos teus olhos rosados
E eu te insultarei, num copo quebrado
Serei o tolo furioso, tu verás, tu verás
Contra você, contra todos, e sobretudo contra mim
A porta de meu coração ressoará, saltará
Pois pó e faísca foram feitos para que os ratos
Invadam o mundo
Ah, tu verás, tu verás
Tudo recomeçará, tu verás, tu verás
Mozart foi feito para isso, tu verás, entenderás
Verás nosso filho brilhando de suor
Adormecer gentilmente no ombro de suas irmãs
E voltar para nós, cintilante de vigor
Tu verás meu amigo nos ossos de meus braços
Quebrar da sutil felicidade de se sentir ajudado
Tu me verás, querida, arrebatado de luz
E verás todos aqueles tidos como mortos
Retomar o sopro e a vida na cadeira da minha voz
Até o fim dos mundos
Ah, tu verás, tu verás
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